Sabendo que o traço de temperamento de Alta Sensibilidade implica que se sente tudo de forma mais intensa, é fácil de entender que uma declaração de pandemia tem um efeito direto sobre as nossas emoções.
A primeira emoção a emergir em muitos de nós perante uma situação de ameaça e insegurança é o Medo. O que, de feito, é natural sendo o medo uma emoção inteligente que nos quer proteger e avisar de um perigo real ou potencial.
O desafio é ter a intenção consciente de nos queremos relacionar com esta emoção de forma direta, sincera e até criativa, de forma a não escalarmos nos vários estados de medo até chegar ao terror e desespero.
Pessoalmente nos primeiros tempos de pandemia eu era um ioiô entre os estados do medo: inquietude, nervosismo, ansiedade, temor e desespero. A meditação mindfulness, a psicologia positiva e os remédios naturais, ajudaram-me a não escalar para os estágios finais de: pânico e terror.
Abaixo partilho 3 aspetos que me ajudaram durante a jornada de acalmar a minha mente.
- PROTEGER-ME DO CONTÁGIO EMOCIONAL
Para nos protegermos do contágio emocional podemos estabelecer barreiras saudáveis que nos permitam não estar a absorver o tempo inteiro a confusão, agressividade ou desespero que pairam ao nosso redor e a nível coletivo.
Isso pode passar por parar de estar agarrado às contagens e estatísticas da pandemia, pedir aos amigos para falarem de outra coisa e no minuto em que sentirmos uma emoção intensamente difícil parar e fazer a pergunta poderosa “Esta emoção é realmente minha?” Se não for, libertar esse pensamento passa a ser mais fácil. - TER A INTENÇÃO DE CUIDAR DE MIM
O primeiro vídeo que fiz logo após a declaração do estado de emergência e confinamento chamou-se: Cuidar de Ti é Cuidar de Todos.
Sabendo que (1) se entro em stress as minhas defesas físicas baixam e fico mais exposta a contrair qualquer infeção (2) o medo podia tomar conta de mim, tornou-se claro que tinha de aprender a lembrar-me das minhas prioridades e mimar-me, caso contrário eu própria afundaria e não poderia apoiar quem de mim, precisava.
O autocuidado pode passar por dedicar-nos tempo para fazer algo que gostamos como ser criativo, pintar mandalas, ouvir um podcast, ler, meditar, banho relaxante, yoga e ginástica, ouvir comediantes, observar aves, caminhar, fazer palavras-cruzadas, …, … - DESENVOLVER A AUTOCOMPAIXÃO
Mas o autocuidado também deveria de passar pela clara intenção de aprendermos a nos relacionarmos com as emoções difíceis, de modo a nutrir a mente com mensagens de aceitação e autocompaixão através de, por exemplo, práticas de meditação, mindfulness, oração, visualização, enraizamento.
A minha prática favorita de autocompaixão é a meditação mindfulness RAIN: reconhecer, aceitar, investigar e nutrir as emoções intensas de modo a acalmar a mente com a nossa atenção e bondade. Podes aprender sobre a meditação RAIN AQUI.
Olá! Quando diz para nos perguntamos “essa reacção é realmente minha?” que resposta devo ter? Qual é o objectivo dessa questão?
O truque que tenho usado é não ouvir notícias. Desde que o fiz, a sensação de “sem chão” que tinha desapareceu. No entanto torna-se inevitável não ser confrontada. Trabalho em retail e vivo numa zona onde estão a receber vários doentes de todo o do país. Meditar tem ajudado mas é uma ajuda a curto prazo. Estou a ficar sem grandes opções…
Olá Lena e obrigada pelo seu contacto.
Um dos desafios das PAS é absorver as emoçoes dos outros. Por vezes, sem nos apercebermos ficamos ansiosos, stressados, tristes etc. sem que essa emoçao seja na realidade nossa, mas sim de alguem que esteve em contacto connosco. Se nos apercerbermos atraves dessa pergunta poderosa que a emoçao nao é nossa, cria-se um grande espaço que leva à libertaçao desse sentimento alheio.
Eu trabalho em mentoria de PAS nas quais faculto diversas ferramentas para equilibrar o sistema nervoso. Se estiver interessada, podemos marcar uma consulta de 15min gratuita para ver como eu poderia ajuda-la e marcar futura consulta, se essa for a sua decisao.
saúde & paz
Sofia