Qual o grande desafio dos Adolescentes Altamente Sensíveis

Qual o grande desafio dos Adolescentes Altamente Sensíveis

Se alguém me pergunta: o que gostarias de ter sabido mais cedo? A resposta não demora: “que nasci com o traço de personalidade da Alta Sensibilidade!”. Isto porque, quanto mais cedo identificamos esta parte de nós, mais cedo entendemos quem somos e o que precisamos para nos autorregular.

No meu caso, só depois dos 40 anos descobri que sou uma Pessoa Altamente Sensível (PAS). E porque já passou muito tempo desde a minha adolescência para escrever um post sobre esta etapa de vida, hoje apresento-te um Guest Post, ou seja, um artigo escrito por uns convidados muito especiais.

O Guilherme, a Laura e a Mariana, são estudantes do Agrupamento de Escolas Emídio Navarro em Almada, e autores de um trabalho sobre Alta Sensibilidade para a disciplina de Psicologia do 12ºano. A nossa colaboração iniciou-se quando me contactaram para consultoria sobre este traço de personalidade. Após ler o excelente trabalho que redigiram e devido ao interesse que manifestaram sobre este tema, convidei-os para escrever um post para este “Mundo das Pessoas Altamente Sensíveis”.

Agradeço a este grupo tão extraordinário, o seu entusiasmo e empenho em querer ajudar os Adolescentes Altamente Sensíveis com esta partilha.

O artigo que se segue é da autoria de: Guilherme Morgado (18 anos), Laura Branco (18 anos), Mariana Reis (17 anos).

Descobrir que és Altamente Sensível na adolescência é fundamental para conheceres-te melhor e compreenderes algumas situações pelas quais passas. Neste post vamos mostrar que não estás sozinho neste mundo.

Muitas vezes, quando saímos com os nossos amigos, ou falamos com familiares, ou professores, podemos dizer determinadas coisas ou termos certos comportamentos dos quais nos arrependemos imediatamente. E, embora o que sucedeu possa não ser nada grave, nessa altura a nossa mente altamente sensível deseja que pudéssemos voltar atrás no tempo e apagar aquele momento.

No entanto, sabemos que não o podemos fazer e o único pensamento com que ficamos é “O que é que esta pessoa vai pensar de mim agora?!”. E assim, ficamos muitas vezes o resto do dia, ou até mesmo dias a fio, a ruminar sobre aquela situação.

Ora isto não é nada saudável e só nos deixa cada mais stressados. Adicionalmente, nesta idade temos tendência a achar que tudo aquilo que fazemos vai ditar irremediavelmente o nosso futuro e esquecemo-nos de relativizar o momento. Tudo se torna muito intenso e dramático.

Se não sabes qual a tua pontuação no Teste de Alta Sensibilidade, clica no botão abaixo ou partilha com alguém o teste:

Abaixo partilhamos contigo 3 dicas poderosas que vão ajudar-te quando te encontrares numa situação assim. Vamos lá!

  1. RELATIVIZA


    Relativizar, ou seja, não tomar algo como absoluto, é provavelmente a dica mais importante que temos para te dar. Ao relativizar estás a dar-te a oportunidade de analisar a situação que te aflige sob outra perspetiva. É olhar o acontecimento com outros olhos, num contexto. Ao relativizar, muitos dos problemas que nos podem parecer sérios, desaparecem.

    Por exemplo, se tiveres em mente que uma pessoa vive em média 81 anos vais notar que aquele momento que não te sai da cabeça representa apenas 0,003% da tua vida.

    Posto isto, não acredites que uma percentagem residual dos teus primeiros anos de vida irá impactar todo o teu futuro.

  2. RECORDA


    Lembra-te que 80% da população não é altamente sensível. Ou seja, não tem a tendência para processar todos os estímulos, incluindo os sociais, de forma tão profunda como uma PAS.

    Isto é, provavelmente não vai passar horas a analisar uma conversa que teve contigo ou achar que algo que disseste é tão grave como o que tu estás a pensar ou levar as coisas tão a peito.

    A maioria da população não dá tanta importância aos pequenos detalhes como as PAS, nem fica tão facilmente ressentida. Assim, não fiques ansioso quando vais reencontrar-te com a pessoa em questão. O mais certo é que ela nem se lembra ou não se importa com o que possas ter dito ou feito.

  3. DESVIAR


    Se percebes que não estás a conseguir ultrapassar esses pensamentos que se colam à mente, tenta distrair-te com atividades que gostes e que impliquem 100% da tua atenção.

    Por exemplo, correr, ouvir música, dançar, andar na natureza, ver uma comédia, rir, ...

    Fazer algo de que gostas é uma forma de demonstrar que gostas de ti. Aprecia o momento. Aprecia a vida.

Acredita em ti e em tudo o que és. Lembra-te que há algo em ti que é maior que qualquer obstáculo.»

Christian D. Larson

E tu, identificas-te com este artigo? Quais os teus desafios em relação a isto? Partilha na secção de comentários a tua experiência.

a

Sofia Loureiro | BSc • MNat • PhD

Terapeuta Natural & Mentora de Pessoas Altamente Sensíveis • Autora • Palestrante

Especializada em Pessoas Altamente Sensíveis Certificação em PAS Nickerson Institute • Terapeuta da Dra Elaine Aron List

o

Partilha com o Mundo:

2 thoughts on “Qual o grande desafio dos Adolescentes Altamente Sensíveis

  1. Os meus parabéns aos três jovens que se interessaram por este tema!
    Recordo que também tive a disciplina de Psicologia no 12ºano mas nunca este assunto foi falado. A ideia que tenho é de que ainda existe pouco conhecimento sobre o traço, até mesmo por parte dos profissionais de saúde/psicologia. Se soubesse do traço na idade destes jovens, hoje sei que teria tomado outras decisões para o meu futuro. Seria interessante divulgarem o trabalho que apresentaram na escola e as conclusões a que chegaram. Grata!

    1. Viva Laura,
      Sem dúvida que é muito importante conhecer o traço de Alta Sensibilidade e divulgá-lo ao máximo. Quem me dera a mim ter sabido toda esta informação numa idade precoce! Por isso a partilha de todos é tão importante.
      Abraço
      Sofia

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.