Se há coisa que as Pessoas Altamente Sensíveis (PAS) costumam negligenciar, são hábitos para se cuidarem mais e melhor. Colocar os outros como prioridade, não termos tempo para nós, não integrar rotinas de bem-estar no nosso dia a dia. Parece-te familiar?
No entanto, às vezes uma simples rotina de autocuidado pode ser o que nos separa de enfrentarmos o nosso dia de mente clara ou, pelo contrário, atingirmos um estado de exaustão. A ausência de pequenas práticas diárias pode aumentar o risco de o nosso sistema nervoso altamente sensível entrar em sobre-estimulação.
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Então o que podes fazer para estares mais alinhado? Como contribuíres diretamente para o teu bem-estar a nível diário? Que práticas de autocuidado podem ajudar-te como PAS?
Abaixo partilho contigo 3 formas importantes de autocuidado.
- A TERRA
Por costume, as PAS sentem uma grande conexão com os elementos naturais. Esta ligação permite às PAS descomprimir e acalmar a mente.
Se possível, anda descalço de 10-20 min na terra para descarregar as tensões do dia. Podes fazê-lo na praia, na relva, no campo. Tem em atenção que sejam locais limpos e que não tens feridas ou lesões nos pés. Se não consegues fazê-lo na natureza, experimenta andar descalço em casa. Podes usar meias se te for mais confortável.
Passar tempo com animais de estimação é outro hábito de relaxamento e atenção plena (mindfulness). De facto, cada vez é mais popular a terapia por animais já que estes — sempre que bem tratados e se sintam seguros — estão naturalmente enraizados. Por exemplo, o meu amigo-gato Ivanzinho adora massagens na barriguinha e exige-as a nível diário. Se eu não me lembro dele, ele recorda-me que chegou a hora saltando para o meu colo. E assim eu recordo-me que chegou a hora do carinho e do enraizamento. - O AR
A respiração é não só uma âncora de atenção plena ao momento presente, como permite desativar a resposta do stress e oxigenar o corpo. Podemos usar a respiração como prática de autocuidado fazendo várias respirações profundas ao dia.
Por exemplo, eu gosto fazer 2-3 ciclos por dia, de 7 a 21 respirações profundas. Assim também aumentamos a nossa capacidade respiratória, o que tem um impacto direto sobre a nossa saúde integral.
Em casos de picos de stress existem muitas técnicas respiratórias que ajudam a acalmar o sistema nervoso. Por exemplo, expirar 4 segundos e inspirar 4 segundos de seguida, durante 2 – 5 minutos. Se começas a sentir algum desconforto, para o exercício. É sinal que o teu corpo prefere outra técnica respiratória.
As práticas de respiração costumam ser feitas antes da meditação. Por exemplo, realizar 3 respirações profundas para ancorar no presente. Recorda que a meditação é uma ferramenta essencial de autocuidado para as PAS e não uma opção. Essa é a tua pausa sagrada. - A ÁGUA
As PAS costumam ter uma afinidade pelo elemento água. Por exemplo, eu sempre vivi à beira-mar ou em cidades com rios. As vezes em que estive em lugares sem água, senti-me perdida. É algo que não consigo explicar de forma racional, mas é assim.
Um banho relaxante com sais de banho, um escaldão de pés ao deitar, um passeio junto a um curso de água, são exemplos de como podemos desfrutar a água em hábitos de autocuidado. A água limpa o corpo e purifica a mente.
Já te aconteceu estares ansioso e sentires-te rejuvenescido depois de um duche? Essa é a magia da água!
Através do autocuidado damos ao mundo o melhor de nós, em vez de o que resta de nós.
Katie Reed
Quais são as práticas que te fazem sentir bem e relaxado? Costumas integrá-las no teu dia a dia? Partilha na secção de comentários a tua experiência.
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Sofia Loureiro | BSc • MNat • PhD
Terapeuta Natural & Mentora de Pessoas Altamente Sensíveis • Autora • Palestrante
Especializada em Pessoas Altamente Sensíveis • Certificação em PAS Nickerson Institute • Terapeuta da Dra Elaine Aron List
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Interessante esta questão da água. Um banho quente é de longe aquilo que mais acalma o meu corpo e a mente. Adoro tudo o que tenha que ver com hidromassagem, spas e termas. Também gosto muito do cheiro/som do mar e passear na praia. No entanto, ao mesmo tempo, sempre tive aversão a piscinas e a nadar, tanto que nunca consegui aprender. Na praia só molhos os pés e pouco mais, não sou capaz de avançar muito. É uma dualidade estranha. Não sei se pode haver algum bloqueio.
Grata pelo artigo, como sempre útil e esclarecedor.
OLá Laura,
Para mim a água é também um elemento muito presente na minha vida. Só estar perto de um curso de água já me acalma. Em relação a nadar, conheço muitas pessoas que nunca aprenderam. Se é ou não um bloqueio ou simplesmente “foi assim” depende de cada caso. Lembro-me de encontrar uma rapariga na piscina a que eu ia, que andava pacientemente até à parte em que se começava a não ter pé, para depois voltar para trás. Mais tarde fiquei a saber que estava intencionalmente a tentar superar os seus medos de nadar, com muita paciência e determinação. Achei muito bonito o seu caso. Mas como disse, cada pessoa é um mundo. Obg pela partilha. Sempre a sorrir, Sofia
Faz-me muito bem um banho quente relaxante, preciso mesmo para que a minha lombar e cervical fiquem melhor. Os meus gatos também são uma excelente terapia, falo com eles e trate-os muito bem.
Faço caminhada olhando a natureza e fazendo exercícios de respiração. Apesar de gostar de caminhar na praia, mas deixei de fazer porque a minha coluna não gosta.
Ver o mar, ouvir as ondas, a água a correr, e gosto muito de nadar.
Trato da pele, dos pés, ando muitas vezes descalça em casa mas com meias.
Sempre a aprender com a Sofia. Muito obrigada!
OU seja que muita água 🙂 É sem dúvida um dos meu elementos naturais favoritos. Nada como um banho relaxante com sais para nos dar um mimo. E os nossos gatinhos: sempre! Obg pela partilha Adelaide.
Até breve, Sofia
Água, campo, silêncio e respirações profundas os meus refúgios.
E os patudos
Sem dúvida esses são uns bons refúgios verdadeiros, que nos aproximam da nossa natureza e da conexão do que nos rodeia. Obg pela partilha, beijinhos, Sofia
Sem dúvida, para mim um banho quente relaxa-me bastante. Estar ao pé de rio, água corrente ou na natureza também. Adoro o cheiro do mar, mas também não me aventuro a nadar tenho medo. A quietude destes ambientes, a tranquilidade e o que mais me apazigua. ☺️
Tive a sorte de nascer perto do mar e quando não estou perto dele sinto a diferença…