O grande impacto da cafeína nas Pessoas Altamente Sensíveis

O grande impacto da cafeína nas Pessoas Altamente Sensíveis

Não é por acaso que o teste de Pessoas Altamente Sensíveis (PAS) da Dra Elaine Aron, inclui a questão se és sensível à cafeína. De facto, muitas PAS sentem-se afetadas por bebidas e alimentos ricos nesta substância. Então, como saber se é esse o teu caso?

A cafeína existe de forma natural em +50 espécies de plantas incluindo o café, o chá. a noz-de-cola e o cacau. Está por isso presente em várias bebidas e produtos alimentares, e também em certos medicamentos. Este composto é um estimulante do sistema nervoso.

Os estudos indicam que a maioria das pessoas tolera bem uma dose diária de cafeína até 400 mg (2–3 cafés por dia) sem haver efeitos negativos. Para teres uma ideia, seguem os valores médios de cafeína em:

  • Descafeinado: 2 mg
  • Café expresso: 80–120 mg
  • Chávena de chá-preto (220ml): 47–90 mg
  • Chávena de chá-verde (220ml): 20–45 mg
  • Chávena de chá-branco (220ml): 6–60 mg
  • Bebidas cola (330ml): 32–45 mg
  • Bebidas energéticas – variável
  • Chocolate preto (barra de 30 g com 70% cacau): 25 mg
  • Chocolate e leite (barra de 50 g): 10 mg

Adicionalmente, em adultos saudáveis a cafeína tem uma meia-vida de 5h (o tempo que leva para o corpo eliminar metade da cafeína consumida). Isto é, se alguém consome 40 mg de cafeína (por exemplo num café), após 5h ainda terá em circulação 20mg de cafeína. Por isso, quem sofre de insónias só deve consumir café pela manhã (ou não consumir café de todo!).

Também há que ter em conta que muitos estudos indicam que o café tem benefícios para a saúde do fígado, cardiovascular e até para a atividade cerebral. No entanto, se uma pessoa é sensível à cafeína, este composto pode ter um impacto negativo no bem-estar até quando consumido em pequenas doses. (continuar a ler artigo mais abaixo)

Então, como saber se és sensível à cafeína? Que fatores a ter em conta? Como reduzir a ingestão de cafeína ao longo da jornada?

Abaixo partilho contigo 3 aspetos interessantes a ter em conta sobre este tema. Vamos lá!

  1. SINAIS QUE ÉS SENSÍVEL À CAFEÍNA


    A sensibilidade à cafeína varia de pessoa para pessoa. E é variável até em cada pessoa, dependendo do estado em que se encontra o sistema nervoso nesse momento.

    Por exemplo, se estás a ter um dia muito stressante, ou se estás num local com muito ruído (ex. centro comercial, concerto), ou se estás rodeado por muita gente (ex. festa, reunião), é natural que o teu sistema nervoso altamente sensível já esteja a ficar em sobrecarga com tantos estímulos. Nessas ocasiões a cafeína, que atua como estimulante do sistema nervoso e favorece a libertação de adrenalina, pode ser a gota que enche o copo.

    Os efeitos da sensibilidade à cafeína podem incluir nervosismo, tremores, palpitações, aumento do ritmo cardíaco, ansiedade, alterações gastrointestinais, e insónias, entre outros.


    Recorda-te disso da próxima vez que beberes um café. Observa de forma atenta como o teu organismo reage.

  2. A SENSIBILIDADE AUMENTA COM A IDADE


    Quando tinha os meus 20 anos lembro-me que houve um período em que bebia cafés duplos. Recordo-me também o dia em que bebi três cafés duplos, por ser a primeira vez que senti a sensibilidade à cafeína vir à flor da pele. Toda eu tremia, por dentro. Foi uma sensação muito estranha.

    Depois, deixei naturalmente de beber café. Então, tempos mais tarde, quando me sentei para beber um expresso reparei que o meu ritmo cardíaco aumentou e fiquei em tensão até ao dia seguinte. Nessa altura percebi que o café já não era para mim.

    Hoje em dia, a bebida que consumo que contem mais cafeína resume-se ao chá-verde. Além disso, já consegui detetar que em períodos em que ando mais nervosa, até o chocolate preto afeta-me. E, com o passar do tempo, dei-me conta que a idade me tinha tornado muito sensível à cafeína.

    Fiquei curiosa, fui investigar e confirma-se: com a idade a nossa sensibilidade à cafeína aumenta. Ao que parece isso deve-se à atividade da enzima CYP1A2 que intervém no metabolismo da cafeína a nível do fígado, e que vai ficando menos ativa com o passar dos anos. Como consequência a sensibilidade aumenta.

  3. REDUZIR O CONSUMO DE CAFEÍNA


    Se descobriste que és sensível à cafeína o natural seria evitar o seu consumo para garantir a serenidade do teu sistema nervoso.

    Porém, quem está habituado a tomar café várias vezes ao dia não deve eliminar o seu consumo de forma repentina. Caso contrário pode sentir sintomas como dores de cabeça ou fadiga, devido à habituação do organismo a esta substância.

    Por isso, a redução deve ser feita de forma gradual. Podes ir substituindo um dos cafés do dia por um descafeinado, ou ainda melhor, uma infusão de plantas (ex. camomila, ou tília, ou cidreira, ou erva-luísa, ou alfazema, ou flor de laranjeira, ou até chá-verde que contém menos cafeína e mais antioxidantes que o café).

    De ter em atenção que algumas PAS são também sensíveis aos vestígios de cafeína presentes no descafeinado.

    Não te esqueças de verificar o consumo de chocolate negro e de outros alimentos ou medicamentos que possam conter cafeína.

    Não imaginas a quantidade de pessoas que vêm à minha consulta devido a problemas de ansiedade e que, no entanto, consomem vários cafés ao dia (!) Há que mudar o mindset (estado de mente) e tomar consciência do que nos faz bem e do que devemos evitar para ter uma mente calma e serena. Isto é importante!

    E se precisares de ajuda nesta jornada, estou aqui para te apoiar. Não estás sozinho!

O autoconhecimento, é o começo do crescimento pessoal.

Baltasar Gracián

E tu, identificas-te com este artigo? Como reages à cafeína? Partilha na secção de comentários a tua experiência.

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Sofia Loureiro | BSc • MNat • PhD

Terapeuta Natural & Mentora de Pessoas Altamente Sensíveis • Autora • Palestrante

Especializada em Pessoas Altamente Sensíveis Certificação em PAS Nickerson Institute • Terapeuta da Dra Elaine Aron List

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6 thoughts on “O grande impacto da cafeína nas Pessoas Altamente Sensíveis

  1. Identifico-me totalmente com este artigo.
    Por isso não bebo café há muitos anos, nem chás com cafeína. Não durmo, fico nervosa e com tremores, dá – me comichão no corpo, fico mesmo mal.
    O descafeinado não sinto nada, mas não o tomo por sistema, uma vez por semana quando vou a uma esplanada com amigas.

    1. OLá Adelaide
      Muito obg pela partilha. Eu também se bebo é descafeinado, mas muito ocasionalmente.
      Por outro lado o chá verde não me faz muita diferença. Embora penso que tenho de ter atenção à quantidade que bebo.
      Sempre a sorrir,
      Sofia

  2. Eu preciso tomar uma dose de café ao dia, na parte da manhã, para me sentir disposta e alerta, mas se tomar em qualquer outro horário, mesmo em pequena dose ou descafeinado,já me sinto mal. São tremores, suor frio, dor de cabeça e taquicardia. Achei interessante você falar do chocolate amargo (preto), meu preferido, pois já havia notado efeito semelhante ao do café, porém não tinha ideia de que possuía considerável taxa de cafeína. Atualmente, opto por tomar uma dose de café no início da manhã, agora me adaptando a cortar o açúcar, e no restante do dia tomo chás calmantes como cidreira, capim-limão e camomila; tenho me sentido mais focada, tranquila e energizada. Obrigada pelas orientações! Amo o seu trabalho! Forte abraço!

    1. Olá Vivian,
      Obg pela partilha. De facto, muitas pessoas tomam essa opção: só tomar café da parte da manhã. Eu é muito raro porque com a idade a minha sensibilidade foi aumentando notoriamente.
      Sempre a sorrir, Sofia

  3. Me identifiquei completamente com esse artigo. Há alguns anos substituí meu café por descafeinado e fiquei bem por anos, mas percebi que com o passar dos anos ele tbm me afeta às vezes e agora até o chá mate está me estimulando. Muitas palpitações e tremores.
    Além de eu ser portadora de ansiedade.

    1. Sim, também me aconteceu com os anos sentir a sensibilidade À cafeína a aumentar. Para além disso, deveria abordar a questão da ansiedade de forma a viver uma vida mais serena. Abraço e obg pela partilha, Sofia

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